HERÓIS DA FÉ


DE SAULO A PAULO


Muito se tem falado sobre Saulo e sua conversão. De grande perseguidor dos cristãos, a apóstolo dos gentios. De perseguidor, a perseguido… De comandante, a comandado…  De zeloso  fariseu,  a apóstolo de Cristo… Era Saulo, e tornou-se Paulo.
 Saulo, de Tarso, é como era chamado, em referência a sua cidade natal, na Cilícia (At 21.39). Era filho de uma família judaica, da Tribo de Benjamim(Rm 11.1; Fp3.5).
Fariseu de nascimento; filho de fariseus (At 23.6), era “irrepreensível na justiça da Lei” (Fp 3.6). Seu paí era cidadão de Tarso (At 21.39) e cidadão romano (At 22.28), cidadania esta que Paulo invocava quando lhe era preciso, como em At 22.24-30.
Instruído aos pés de Gamaliel (At 22.3), culto e de formação rabínica, não podia entender que Jesus fosse o mesmo Messias anunciado na Lei; considerando isso a maior de todas as blasfêmias contra Deus; vindo daí o seu ódio e a implacável perseguição que impunha aos cristãos.
No apedrejamento e morte de Estevão, diz-nos o texto que  “As testemunhas deixaram suas vestes aos pés de um jovem, chamado Saulo ” (At 7.58). Lá estava ele, ainda jovem, perseguindo e comandando a execução dos cristãos.
Em At 8.3, vemos que Saulo “assolava as igrejas, entrando pelas casas e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere”. Podia fazer isso, por sua dupla cidadania. Pelo poder religioso do jovem fariseu, e pelo poder policial do cidadão romano.
E é respirando ainda esse ódio, que o vemos pedindo ao sumo sacerdote que lhe desse carta de autorização para as sinagogas de Damasco para que, indo àquela cidade, se acaso “achasse alguns que eram do CAMINHO, assim homem como mulheres, os levasse para Jerusalém”.
Foi aí, na estrada de Damasco, que se deu o encontro mais importante da sua vida. o encontro que mudou o seu nome, a sua vida, e o seu destino.
Lá se vai Saulo, o perseguidor, com sua comitiva… “Seguindo ele estrada fora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor e, caindo por terra. ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? ” (At 9.3,4).
Foi como um relâmpago que caí por perto… Um brilho intenso e súbito, acompanhado de estrepitoso estrondo, que sacode tudo e nos atira ao chão. Seguem-se trevas… E nós, perplexos… permanecemos mudos e quietos por alguns instantes… Saulo “caiu ao chão”. E hoje também… Muitos outros Saulos continuam a cair por terra. Essa “luz do céu” continua a brilhar de formas diferentes: na dor da perda de um ente querido… nas doenças incuráveis… nos abandonos da vida… nas falências e desgraças desse mundo… nas perdas e nas separações… Caí-se por terra e, com perplexidade, ouve-se a mesma voz que falou com Saulo no caminho de Damasco: – “Saulo, Saulo, por que me persegues? “
- “Quem és tu, Senhor? ” (v. 5).
- “Eu sou Jesus, a quem tu persegues”. (v. 5).
É a voz de Deus, que muitas vezes só escutamos quando caímos por terra. Mas mesmo caídos, perplexos e abalados pelo terremoto que nos jogou no chão, ainda podemos ouvir a voz de Deus, que quer nos levantar:
- “…levanta-te, e entra na cidade, onde te digo o que te convém fazer” (v. 6). Antes, orgulhosos e presunçosos, dávamos as ordens. Mas agora, Deus nos mostra que convém que sejamos conduzidos com humildade.
Nós guiávamos. Agora, e hora de sermos guiados e conduzidos pela mão.
Diz-nos o texto que Saulo, “abrindo os olhos, nada podia ver” (v. 8). Esta e a situação imediata dos que caem pela Graça de Deus. Ainda não estão enxergando bem as coisas. Precisam ser conduzidos pela mão de outrem (v. 8).
E lá vai Saulo, assim… “Esteve três dias sem ver, durante os quais nada comeu nem bebeu” (v. 9). Resolveu jejuar. Arrependeu-se. Lembrou-se da Lei e dos Profetas: “Voltei o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza”. (Dn93).
Mas Deus já providenciara também alguém para conduzi-lo e para ajudá-lo nesses primeiros passos da sua nova vida como Paulo. (Às vezes, como aconteceu com Paulo, a gente resiste tanto ao Amor de Deus… A gente custa tanto a tirar de campo a nossa vaidade, o nosso orgulho, e a nossa presunção, que é preciso Deus nos derrubar, para que acordemos… E preciso cegar os nosso olhos físicos, para que possamos enxergar com os olhos do coração…).
Deus escolhe Ananias para ajudar Paulo. Mostra-lhe, numa visão, que Paulo tinha sido levado para a casa de Judas, numa rua chamada Direita, na Cidade de Damasco… onde estava orando…
Embora   Ananias   resistisse,   a princípio, porque conhecia bem a fama de Saulo… obedece a Deus, e vai… porque era um cristão! Encontra Paulo; impõe sobre ele as mãos; ora, e Paulo começa a enxergar: “lhe caíram dos olhos como que umas escamas… e, a seguir,… levantou-se  e foi batizado”. (v. 12 e 18).
Arrependimento – Jejum – Oração – e Batismo.
O Senhor derrubou… e o Senhor curou. Caiu Saulo e levantou Paulo. Caiu, para morrer Saulo; e levantou-se, para nascer Paulo, pelo Batismo cristão. Essa é a necessidade mais urgente após a conversão. Paulo estava há três dias sem comer e sem beber… em oração. Devia estar com fome, mas a primeira coisa que fez ao levantar-se, não foi buscar um prato de comida: foi batizar-se… Porque, convertido, a sua fome espiritual era muito maior. E ele não perdeu tempo. Foi batizado por Ananias, ali mesmo, na casa de Judas, na cidade de Damasco: “Levantou-se e foi batizado”(At 9.18).
Saulo tinha caído, cego… Paulo se levantou… começando a enxergar… E foi assim que foi batizado!
E você, meu irmão? Está de pé, ou caído? Já se levantou, ou está se levantando? Já ouviu o chamado de Deus ou o está ouvindo agora? o que e que você está esperando? Se você hoje é Paulo, nos queremos ser Ananias !
É POR ISSO QUE ESTAMOS AQUI.
 


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SANTA TERESINHA

 

"Ó Jesus, meu Amor... minha vocação, enfim, eu a encontrei, minha vocação é o Amor!"  
Pertence a uma família de classe média-alta da época. Morava numa mansão, tinha escola e até professora particular. Uma menina mimada e apaixonada pelo pai, o senhor Martin, que a chamava de “minha rainhazinha”. Teresa tinha tudo para se tornar uma dama rida da sociedade francesa do fim do século XIX.

No entanto, seu coração humilde bem cedo sente o desejo de se entregar única e exclusivamente a Deus.

Teresa está convencida que o “Deus vingador” que lhe é apresentado na catequese não corresponde à imagem de Pai misericordioso que tem no coração. Partindo dessa convicção, ela sente a necessidade de buscar outros caminhos. Quer ser “santa, grande santa”, mas não como certos santos antigos...

Teresa oferece ao futuro um novo estilo de santidade, uma nova forma de amar: a pequena via. O único caminho para o amor é a confiança, a perseverança, a aceitação: “Agora compreendo que a caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros,em não estranhar suas fraquezas, em edificar-se com os menores atos de virtude que a gente vê praticar”.

Naquela época já havia elevador nas casas ricas, fato que levou Teresinha a fazer esta comparação: “Nas casas muito altas, as pessoas se esforçam por chegar até em cima usando o elevador. Eu encontrei o meu elevador, ele me leva até o Pai... são os braços de Jesus”.

Na vida comunitária do Carmelo, Teresinha não quer ficar perdendo tempo com as mesquinharias do dia-a-dia. Ela intui que o que conta é o amor, só o amor. Entende que amar é acolher o outro; é saber dar ao outro a liberdade de amá-la ou mesmo de não amá-la; é contemplar no outro a pessoa de Jesus: “É a Santa Face de Cristo que amamos, impressa em cada pessoa”.

Teresinha sente-se missionária, como os que tinham a coragem de partir rumo às terras distantes. Mas como sê-lo ficando parada, enclausurada? Teresinha supera essa dificuldade: “Sinto em mim todas as vocações: de apóstolo, de missionário, de sacerdote, de mártir, de doutor... Considerando, porém, que não posso vivê-las todas, na Igreja eu serei o amor”.

Assim Teresa nos ensina que todos, mesmo permanecendo onde estamos, poderemos chegar lá onde o coração quer ir. A missionariedade não é questão de geografia, é questão de amor.

Santa Teresinha é uma santa para nossos dias, para todos os dias, para eternidade: “Sinto que minha missão vai começar, minha missão de fazer amar o Bom Deus, como eu o amo; de indicar às almas meu pequeno caminho. Se o Bom Deus atender meus desejos, meu céu se passará na terra..., até o fim do mundo. Sim, quero passar meu céu fazendo o bem sobre a terra”.


MARIA FRANCISCA TERESA MARTIN – Santa Teresinha do Menino e Sagrada Face

*Nasce em 02/01/1873, cidade de Alençon, França.

*Em 04/01/1873 recebe o sacramento do Batismo.

*Em 1877 fica órfã pelo falecimento da mãe de câncer. A família se transfere para
Lisieux.

*Em 1882, Paulina entra no Convento das Carmelitas de Lisieux. Aquela que Teresinha tinha escolhido pra substituir a mãe.

*Em 08/05/1884, recebe o sacramento da Primeira Comunhão.

*Em 14/06/1884, recebe o sacramento do Crisma.

*Em 25/12/1886, sua irmã Maria, também se torna Carmelita em Lisieux. Teresinha vive momento de tremenda solidão e crise. Mas, na noite de Natal, encontra forças para reagir à suas fraquezas de criança.

*Em 20/11/1887, viaja a Roma para pedir ao Papa Leão XIII a licença para entrar no Carmelo com 15 anos.

*Em 08/04/1888, ingressa no Carmelo de Lisieux.

*Em 10/01/1889, é a sua tomada de hábito.

*Em 08/09/1890, com a profissão religiosa, torna-se carmelita.

*Em 24/09/1890, é a sua tomada de véu.

*Em 1894, morre o seu pai e Celina junta-se à irmã no Carmelo.

*Em 08/06/1895, escreve o Ato de Oferecimento ao Amor Misericordioso.

*Em 1896, ela descobre que estar gravemente doente de tuberculose. Naquele tempo a doença era incurável.

*Em 30/09/1897, Teresinha morre aos 24 anos e 8 meses, dizendo: “Oh, meu Deus, eu te amo”.

*Em 29/04/1923, foi beatificada.

*Em 17/05/1925, o Papa Pio XI a proclama Santa e mais de 500 mil peregrinos estão em Roma para aclamá-la.

*Em 14/12/1927, foi proclamada Padroeira das Missões.

*Em 03/05/1944, declarada Padroeira da França.

*Em 1997, o mundo inteiro celebra o Centenário de sua morte e o Papa João Paulo II a declara “Doutora da Igreja”.